Bicho de Rua

Homenagem ao Theobaldo

Theobaldo adotou a minha casa e meu coração...

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Theobaldo adotou a minha casa e meu coração...
Theobaldo apareceu meio do nada, logo depois que o gato Maximiliano desapareceu. Theo foi ficando, ainda muito arredio, em meados de janeiro de 2006.

Meu irmão me falou: "Olha lá, tem um gato no pátio!" Achei muito estranho, pois aqui sempre tivemos cães e o Max, o primeiro gato de rua que nos adotou e que ficou conosco cerca de um ano, foi uma exceção. Theo foi difícil de conquistar, ao contrário de Max. Tive que ter muito paciência até conseguir fazer o primeiro carinho nele, mas depois que deixou-se tocar, foi uma alegria só - pra mim e pra ele. Até o meu pai, que nunca foi muito chegado a gatos, se deixou conquistar, ficou horas prazerosas com Theo em seu colo na cadeira de balanço...

Em junho deste ano tentaram envenenar o Theo, mas conseguimos salvá-lo, graças a ajuda providencial da nossa veterinária de plantão, a quem agradeço imensamente.
No entanto, em 28 de outubro de 2008, à tarde, meu gato foi atropelado na frente da minha casa por um carro e, ao contrário do que o motorista possa ter pensado: o gato é de rua sim, mas, mesmo sendo de rua, sentia fome, frio, dor e precisava de carinho, como qualquer ser vivo e tinha alguém que olhava por ele...

Theobaldo adotou a minha casa a cerca de 2 anos, sabe-se lá porque, onde ele se alimentava, descansava e me trazia muita alegria. Era um gato aparentemente velho (mais ou menos 7 anos de idade) ou seja, quando ele chegou para a minha convivência já tinha no mínimo de 4 a 5 anos e, ao contrário do que se poderia imaginar, era um gato dócil, afável, carinhoso e extremamente educado.

Como Theobaldo tinha o hábito de sair à noite e voltar no dia seguinte não estranhei a falta dele, mas dois dias foram demais, até que ele apareceu em 30/10/2008, todo acabrunhado, sem dar um miado sequer, deitado - todo encolhido - na terra do quintal e com febre de 40°. Sabe-se lá como ele conseguiu chegar até aqui, se arrastando, talvez guiado pelo seu senso de orientação e seu instinto de sobrevivência...

Deu dó de vê-lo naquele estado: a metade do tamanho que ele era...
Segundo me relataram, dia 31/10/2008 - eu não vi o acidente - ele rolou depois do impacto com o carro, do contrário teria morrido na hora - e depois ele fugiu para o outro lado da rua e se escondeu num prédio.

Em 31/10, ele já estava medicado, tomando antibiótico, vitamina, remédio para dor, febre e para o fígado, mas era preciso dar tempo ao tempo para ele se recuperar. Ele não estava querendo se alimentar e tomava água esporadicamente, as patas traseiras e região genital estavam muito machucadas pelo choque, além da incontinência urinária e lesão interna, uma das patas traseiras fraturada, fora o rabo esfolado...
Era triste ver tudo aquilo, sabendo que era um gato sadio e perfeito...

Não tive coragem de tirar uma foto naquele estado em respeito a dor e sofrimento dele...

Depois de 15 dias de tratamento intensivo, em 11 de novembro de 2008, à noite, depois que fui visitá-lo na clínica veterinária, ele faleceu, em conseqüência do trauma... Foram 15 dias de luta incansáveis pela sobrevivência: dele, meu, da veterinária e das pessoas que gostavam dele... Theobaldo morreu em decorrência das complicações do atropelamento.

O que mais me deixa triste é que ele tinha gana de viver... ele lutou, foi um guerreiro o tempo todo!!! Agarrava o meu dedo com a patinha dianteira, como se quisesse me dizer: "Me tira dessa!! Me ajuda!!!"

Que tenha paz !!!!

Vai me deixar muita saudade o seu miado rouco inesquecível - inigualável - e seu carinho incondicional...

Marlene Massinger


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