Bicho de Rua

A gata da lança, agora é uma rainha

Guiguinha vivia num lugar muito triste, compartilhando o lar com um humano que tinha prazer em maltratar os animais. Mas esta história teve um final feliz.

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Guiguinha vivia num lugar muito triste, compartilhando o lar com um humano que tinha prazer em maltratar os animais. Mas esta história teve um final feliz.
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Protetora Isabel nos contou que a Arca dos Bichos fez aniversário e está comemorando 7 anos de trabalho em favor dos animais com um evento superbacana de adoção. Vamos lá prestigiar? É na Venâncio Aires, 711, sábado 02/06 das 11h às 15h.
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Gilmar, o vigia de rua do bairro onde moro, conhecia meu trabalho em favor dos animais. Todos os dias me via passando de sacola a tiracolo, com ração e água. Faça chuva, calor ou frio, ele sabia que os gatos esperavam a minha chegada. Um dia pediu ajuda para esterilizar e tentar doar uns 15 gatos mantidos por uma idosa muito pobre. Sua preocupação era que o sobrinho dessa senhora judiava muito dos bichos, jogando-os para cima de árvores, telhados e até nas paredes.

Pedi carona para uma amigona e lá fomos nós com caixas de transporte sem saber bem o que encontraríamos.

O HORROR
Em meio a crianças brincando na rua e cachorros ao léu encontramos uma casa de madeira velha de onde saiu aquela que só podia ser Dona Maria. Com um sorriso doce de poucos dentes e cara toda enrugada ela contou uma história de arrepiar.



Timidamente começaram a aparecer os gatos, um mais lindo que o outro, de todas as cores. Ela estava assustada, pois não tinha certeza quem eu era e o que iria acontecer, mas confiou.

MÃOS À OBRA
Pegamos alguns felinos, entre eles uma tricolor que estava amamentando dois filhotes. Hoje essa mãezinha causa ciúmes em seu novo lar, de tão mimada e amada. Ela ajudou na cura da depressão da senhora que a adotou.

De repente enxerguei uma gata pretinha pequenina. Coloquei a mão na barriga e vi que ela tinha uma bola dura que parecia um tumor. Soube que estava com filhotes nascidos há uma semana apenas, abrigados em um lugar úmido e frio. Deu-me dó deixá-los lá, mas não podia trazê-los.

A LANÇA
Um mês depois voltei ao local para pegar o restante dos gatos. Dona Maria tinha construído na frente do portão uma casinha de madeira e a gata preta estava lá com seus dois filhotinhos. Sua barriga continuava com aquela bola dura.



A gatinha ganhou o nome de Guiguinha, diminutivo de amor de Neguinha, de tão meiguinha que era e é. Ela foi levada no mesmo dia para a Clínica do Forte e a Dra. Jane Sandoval viu que ela tinha sido espetada com uma lança de ferro ou madeira. Imaginamos a dor que ela sentiu. Ela também estava com o rabo fraturado. Dá para imaginar quem fez isso!

Guiguinha foi operada e ficou boa após longa recuperação. Seis meses depois apareceu uma hérnia no local, consequência do ferimento anterior. Mais uma cirurgia. Que gatinha corajosa.

PRIMEIROS CONTATOS
Daquela turminha que Dona Maria ajudava doei quase todos, mas a Guiguinha, uma senhora temperamental e resmungona, ficou encalhada e eu não tinha muitas esperanças.



Certo dia uma amiga do FaceBook divulgou a necessidade de adoção ou ração para eu manter os quase 80 gatos da Arca dos Bichos. Foi quando apareceu o filho do Seu José Proenz Brochado, dizendo que seu pai estava querendo adotar três gatos. Três? Mas por quê? Perguntei toda desconfiada. Ele e seu pai explicaram que caso um dia um morresse ele teria mais dois para não sofrer tanto quanto sofreu quando perdeu sua última gata. Depois de muita conversa levei três gatos dos mais difíceis de doar: o Salém (preto, macho, que queria matar todos aqui em casa), a Pink (gata frajola, senhora que se faz respeitar) e a Guiguinha.

FINAL FELIZ
Hoje o Seu José está realizado. Além dos seus dois filhos humanos, agora tem mais três que são completamente dependentes dele. Quase sempre diz “é só colocar a mão na Guiguinha e a gente recebe uma energia tão boa.” O Salém é o mais querido - imagine, aqui em casa ele queria matar todos, atacou até fêmeas. A Pink é um doce e muito companheira. A Guiguinha é dengosa e comilona, parece ter a Síndrome da Fome. O interessante é que ela é pequenina como a gata dele que morreu. Mais interessante ainda: a gatinha falecida também tinha o rabo quebrado.



Seu José cuida muito bem dos gatos. Costuma ligar perguntando o que eu acho, contando as peraltices e as manias, que todos dormem com ele na cama. A Guguinha não quer mais nada, assim que se adaptou virou o dengo do seu novo pai começou a resmungar e a xingar os outros, como sempre fez aqui em casa.

A história da Guiguinha sempre me emociona. De sem-teto, sem amor, após ter perdido seus pais assassinados, levado uma lança na barriga. Depois de ter hérnia... Nessas horas eu digo, Deus é Pai e São Francisco de Assis está sempre comigo.

PARA ADOTAR
Se você quer conhecer e adotar algum gato da Arca do Bichos, consulte nossa área de adoções ou clique na página abaixo e visite o perfil do FaceBook. Mais informações sobre a Arca dos Bichos pelo fone (51) 8148-5883.



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