Bicho de Rua

Homenagem para Badi - Paulo Todeschini e família

Tão precioso e não custou nada. Um cachorro de rua só tem uma coisa em seu desfavor: a discriminação.

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Tão precioso e não custou nada. Um cachorro de rua só tem uma coisa em seu desfavor: a discriminação.
Foi no verão passado- janeiro de 2007, que o grande presente chegou, sem mandar aviso.
Falo do nosso cachorro- BADI. Antes disso, depois de muitas solicitações das minhas filhas (Gabrielle e Giovanna) tinha adquirido um outro animalzinho, pagando pelo mesmo. Porém, de forma trágica, perdemos o cão, o que ocorreu por conta de um atropelamento. Dali em diante, de novo, retornou a discussão: compra outro pai; olha que bonitinho aquele; o outro tem pêlo e por se aí se foram as recomendações para uma nova aquisição.
Mas, comprovando que as coisas não acontecem por acaso, surgiu o inusitado. Ou seja, nas férias de verão e no trajeto que nos conduzia a Rainha do Mar, os apelos, visando à substituição do cão perdido, acabaram se intensificando.
Então, novamente veio a promessa: Em breve, o pai vai providenciar num belo cachorro. Transcorridos não mais do que vinte dias, eis, então, a surpresa. Estávamos à beira-mar, quando um cachorro, sem mais nem menos, sentou-se ao lado do guarda-sol. Até aí, nada de estranho. O curioso, entretanto, é que o animal não se afastou dali, ficando toda manhã em nossa companhia. Visando testar a sua fidelidade, até então momentânea, minhas filhas foram jogar frescobol. E o animal, querendo visivelmente se integrar à família, passou a colaborar no jogo em questão, apanhando a bola e entregando imediatamente para as meninas.
Nem é preciso comentar a reação das crianças. Pura alegria. Pois bem. Chegado o momento de se retirar, novo teste. Comentou a minha esposa: vamos ver se ele segue a gente. E não é que o animal nos acompanhou até a porta da casa. E agora? Colocamos o animalzinho, num primeiro momento, na área externa. Até porque, por cautela, teríamos que aguardar o desenrolar dos fatos. E se aparecer o dono? Os dias se passaram e o animal, numa fidelidade e disciplina impressionante, não arredou pé da nossa casa.
Como retribuição, passou naturalmente a receber alimentação e pouso. E os dias se passaram, culminando com o término do verão. Pronto, e de novo a indagação, o que fazer? Nas circunstâncias, a resposta se tornou óbvia.
Todos em coro, inclusive a minha esposa, que, até então, era a mais resistente, exigiram: Ele já é da família. Outro argumento e de peso: Viu pai nem precisou gastar e o cachorro é muito melhor do que esses de raça. E, de fato, as crianças, com a sensibilidade de sempre, captaram, com precisão, todo o quadro.
Um cachorro de rua só tem uma coisa em seu desfavor: a discriminação. O resto supera em muito os demais e tidos como de raça: são absolutamente disciplinados, extravasam uma fidelidade extraordinária, mostrando-se eternamente agradecidos pela adoção.
Só quem passou pela experiência é que pode bem avaliar o que se está agora a falar. Vale a pena mesmo: é bom para o animal adotado e mais ainda para quem os adota.
Quem tem criança, então, nem se fala. É mais um elemento para se desenvolver a afetividade. Aliás, na raça humana, também não é muito diferente: quantos conhecemos que tem pedigree, saem todos os dias nos jornais e valem muito menos que um João- ninguém ou cachorro sem raça.
Para captar isso, basta uma coisa só: sensibilidade. Bom, já dei o meu recadinho, já fiz os meus processos e, agora, vou tratar do meu cãozinho. E com muito prazer e alegria. Agora sim a família ficou completa.

Paulo Todeschini e família


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