Bicho de Rua

A promessa de Rosi...

Rosi chegou decidida. Queria o gato em pior situação, aquele que ninguém iria querer. Fiquei impressionada com a decisão de sua voz.

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Rosi chegou decidida. Queria o gato em pior situação, aquele que ninguém iria querer. Fiquei impressionada com a decisão de sua voz.
A história do Mishima, que depois virou Pingo, começou em um terreno de Novo Hamburgo, onde muitas pessoas abandonam animais, especialmente gatos. A Protetora Cleide já estava de olho no local e tinha regatado alguns gatos. Resgates difíceis, pois a maioria era bastante arisca. Mas vamos deixá-la contar a história.

“Fui a Novo Hamburgo encontrar com uma adotante para entregar Tessa. Após nos encontrarmos, a nova tutora de Tessa pediu para ver o local de onde essa doce gatinha tinha vindo. Um local muito triste...

Trata-se de um terreno grande e imponente, que acabou virando um local de abandono de animais, especialmente de felinos. Eu e algumas protetoras temos tentado diminuir a população, esterilizando os animais. Entretanto, alguns gatos são bastante ariscos e agressivos.

Quando paramos o carro, Tessa se espichou toda na janela, provavelmente reconhecendo o cheiro do local, ficou séria e atenta... Nós duas descemos, caminhamos um pouco e foi aí que vimos o pequeno Mishima no meio dos gatos adultos, tentando chegar na ração que tinham deixado ali.

Deus o livre! Mishima era um pedacinho de gato, com cerca de dois meses. Estava seco, arranhado, manchado, machucado, faminto, cambaleante e tremendo que nem vara verde. Sua figura impressionou-me tanto que cravou-se em minha memória como uma tatuagem! Infelizmente, não conseguimos pegá-lo naquele dia.

O Resgate
Mishima estava tão fraquinho que achei que ele não passaria daquela noite. Mesmo assim, liguei para uma amiga e disse "Se tu vires aquele gato pega pra mim. Venho de Porto Alegre buscar!"

Dois dias depois, minha amiga avisou que tinha conseguido resgatá-lo. Corri para Novo Hamburgo encontrar aquele estrupício... Ela tinha dado carne moída cozida mas ele não comeu, pois estava apavorado. Seu olhar era de tanto medo que nem encarava a gente. Que dó, me cortou o coração! Era a prova de que fora muito, mas muito escurraçado. Havia gatos furiosos no terreno. E sabe-se lá de onde o pequenino tinha vindo.

Levei Mishima para a Chatterie e a Dra Rochana – mais conhecida como o Dr. House dos gatos – o recebeu. Ela falou que ele tinha uma bicheira já fechada no rostinho. Após a internação, esperávamos que ele demorasse meses para ficar bonito e ser doado.

A promessa de Rosi...
Mishima estava há cinco dias na clínica. Era sábado a tarde e eu estava novamente tentando conquistá-lo com frango desfiado. Pegava no colo, fazia de tudo para que ele perdesse seus traumas violentos, pois seu olhar me doía a alma.

Do nada, liga-me Rosi Prigol. Perguntou sobre gatos, pois viu meu anúncio de outro que fora doado. Expliquei que eu tinha gatos na clínica para doar e estava lá. Em menos de 15min ela estava na clínica. Explicou sua história brevemente: trabalhava com adoções de crianças em situação de risco. Recentemente, tinha tomado a decisão mais importante da sua vida e havia adotado Gabriel. Mas a família não estava completa ainda. Faltava um animal de estimação.

Rosi chegou decidida. Queria o gato em pior situação, aquele que ninguém iria querer. Fiquei impressionada com a decisão de sua voz, mas não mostrei Mishima, pois o considerei carta fora do baralho, tamanha o estrupício, pobrezinho.

Rosi olhou vários gatinhos em busca de um lar. Parou. Pensou. Não se decidia. Foi andando e ... deu de cara com uma bola de pelos branquinha e manchada de pingos amarelos, cor bem rara e linda.

Mishima estava amontoado de medo, com aquele olhar de "esquece que eu existo, tenho medo de apanhar"... Rosi perguntou quem era aquela coisinha na gaiola. Eu, surpresa, respondi "é novo, trouxe de Novo Hamburgo e vou doar quando ficar melhorzinho de aparência". Rosi sorriu e disse "é esse que eu quero, o mais estrupiado e que ninguém quer! Eu e meu filho vamos transformar esse gato!"

Rosi cumpriu sua promessa! Mishima ganhou o nome de Pingo e hoje vive em paz com sua família.

Notícias de Pingo
Depois da adoção, a Protetora Cleide recebeu o e-mail abaixo que fala sobre a nova vida de Pingo.

"Cleide, eu é que agradeço ter conhecido você.

Quanto ao Pingo ou Mishima, o Gabriel é só amor com ele e tenho certeza de que em breve ele será um grande gato...muito lindo e feliz. Foi assim quando o Gabriel chegou. Qualquer ser vivo deveria ser como um filho, não se escolhe. Aceita-se como são, pois serão sempre os nossos filhos queridos!

O Gabriel passou o dia dizendo que estava muito feliz porque agora ele tinha um gato. Este meu filho é tão especial para nossa família que tudo que estou envolvida atualmente é em nome dele e de todas as crianças que estão sem pais.

Espero que mais pessoas possam fazer o mesmo. Se não por uma criança, que seja por um animal em abandono, ou quem sabe, como nós, pelos dois.

Um beijo enorme e muito obrigado ! O Pingo fez o meu Dia das Mães mais feliz, pois vi a felicidade nos olhos do meu filho amado.

Rosi Prigol"



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